20 de set. de 2011

Memórias e Vivências Ambientais

Como e por onde começar as minhas memórias?
Paro. Penso. 
Devo começá-las pelo início de minha existência ou pelo momento atual?
...
Então, se é preciso começar, comecemos pelo começo.
A primeira lembrança que vem na minha mente é da infância, quando reunia várias amigas para brincarmos de escola. Eu sempre era a professora. Na adolescência, já com uma certa maturidade, minha mãe trazia provas e trabalhos para corrigir em casa e eu estava sempre ao seu lado.
Fiz faculdade de Licenciatura em Ciências Biológicas. Aproximadamente no meio do curso ainda estava em dúvida sobre a profissão a seguir, embora, desde pequena, como já disse, gostasse de brincar de ser professora. Nesse período de dúvidas fiz um estágio na Química Geral do Nordeste, em um projeto chamado Pássaro Vivo que tinha como objetivo conversar com moradores de certos bairros sobre a caça predatória de determinados pássaros. A partir deste momento comecei a me interessar pela Educação Ambiental.
Neste ponto das memórias percebo que escrevê-las numa ordem cronológica é uma tarefa difícil e monótona. Quando falo de memórias prefiro referir-me a tudo aquilo que passou e deixou um gostinho especial: a casa da vó, as brincadeiras com os amigos, os cachorros, as reuniões de família... Não sei porque me vêm à memória estes "flashs" sempre que começo a digitar. Acredito que o que há de especial nestas lembranças é um conteúdo imenso de emoção. Às vezes debruço-me sobre o teclado e fico alguns minutos imóvel, com os dedos nas teclas e os olhos parados diante desta tela. Que viagem!!!
Bem, voltando ao interesse pela Educação Ambiental, uma professora me estimulou bastante. Seu nome? Sandra Furiam. Com ela assisti aulas da disciplina optativa Ciências do Ambiente no curso de graduação. A partir daí, resolvi fazer uma especialização na área. Foi quando surgiu na minha vida o curso de Especialização em Educação Ambiental para Sustentabilidade.
O curso abriu-me novos horizontes. O conhecimento adquirido não se perde. Foi necessária uma mudança entre nós, alunos do curso, porque são várias pessoas pensando de maneira diferente, e isto ocasiona conflitos. O curso me incentivou a buscar outras formas de conhecimento e trocar ideias, pois sempre fui muito "fechada", e isso me proporcionou visualizar a maneira de pensar de outras pessoas podendo, assim, conflitá-las com as minhas ideias, tendo no fim a certeza de uma visão muito maior dos assuntos em questão. Mostrou-me a grande capacidade que temos, principalmente sobre algo que nos é novo e, também, a grande inportância da quebra de paradigmas, uma vez que nos mostramos resistentes, em muitas vezes, ao que nos é novo.
Aprender me faz sentir mais confiante. A confiança permitiu que eu trabalhasse melhor e fosse reconhecida. Este reconhecimento me leva a querer aprender mais. É um círculo vicioso. Hoje me sinto renovada e participativa. Entendo o sentido e a importância de ser educadora.
Toda a discussão acadêmica relacionada com a implantação da Educação Ambiental nas escolas públicas parece ser ainda difícil, principalmente quando defrontamos com a realidade vivenciada na sala de aula. Existem muitos professores que já buscam alguns caminhos e alternativas, mas como a Educação Ambiental envolve uma mudança de mentalidade, estes encontram diversas barreiras, sejam econômicas, políticas e até mesmo institucionais.
Através desta e de outras experiências, é possível realizar ações em Educação Ambiental, com metodologia participativa, a partir da organização e interação da comunidade com o ambiente local, colaborando na construção de propostas e ações de Desenvolvimento Sustentável. O uso desses instrumentos e técnicas como apoio para o desenvolvimento de um eficiente trabalho participativo, na tomada de decisões e orientações das ações conjuntas, no desenvolvimento mais consistente e transparente da comunidade, só será possível na medida em que as pessoas se tornarem mais conscientes e comprometidas.
Acredito que a nova percepção do ser humano, de seu lugar no mundo e da relação que pode e deve estabelecer com o meio ambiente, é pré-requisito para a mudança que se faz necessária no modelo de desenvolvimento atual. Isso porque diz respeito a novos valores éticos e a novos referenciais de convivênca social.

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