3 de nov. de 2011

Abrindo espaços

O que eu mais tenho feito na vida? Ficar aqui na net passeando entre os diversos caminhos e possibilidades a mim apresentados de uma forma prazerosa, curiosa, inteligente e divertida.
Dia desses, após muitas leituras, estava a pensar com meus queridos botões sobre o desapego da vida terrena. E hoje, como quem não quer nada (?), me deparei com este excelente texto que, simplesmente, exprime tudo que pensei e estou tentando colocar em prática (e olha que já tô conseguindo algumas coisas, mesmo antes de refletir sobre este tema). 
Vale a penas dar uma lida e colocar os pensamentos em ordem.

# Assim como um construtor que pretende edificar um prédio em um terreno onde tenha uma casa antiga ou deteriorada, onde tenha um matagal ou muita lama, onde tenha lixos jogados ou entulhos com fragmentos de tijolos, restos de madeira, resíduos de obras de alvenaria, entre outras coisas, precisa limpar e preparar o ambiente para sua obra ser realizada com sucesso, o ser humano, também, precisa abrir espaço em sua jornada terrena, para que algo novo e bom aconteça em importantes momentos de sua existência.
Há momentos na vida em que é preciso desapegar-se de tudo e de todos para se encontrar um novo caminho, uma nova forma de ver e de viver a vida. É preciso gerar uma abertura de grandes áreas no território do viver, de modo que a introdução de novidades venha e renove as energias criativas, para que assim, uma nova construção se erga. 
No entanto, para que isso aconteça, necessário é, antes de qualquer coisa, desapegar-se do que não é mais imprescindível, desapegar-se daquilo que foi bom mas que já não é mais tão bom assim; desapegar-se de quem quer partir e precisamos deixar ir, desapegar-se de uma dor, de um sofrimento, de uma tristeza que corrói a alma, desapegar-se dos muros do passado, desapegar-se do apego que o outro possui em relação a você... 

Desapegar-se, na verdade, para Libertar-se com consciência e ser feliz plenamente. Muitas são as situações que pedem o desapego, e muitos são os aprendizados que nos levam a compreender a real necessidade e importância da prática constante do desapegar-se. Inúmeras vezes, as pessoas insistem em querer permanecer vivendo determinadas situações mesmo quando não consideram ser o melhor para elas. Ou permanecem nelas porque acham que ainda podem conseguir algum resultado satisfatório mesmo quando a situação já chegou ao insuportável. Ou ainda, se prendem pelo receio da carência, pelo temor de se sentir só, pelo sentimento de incapacidade, pela dependência na relação com o outro, pelo comodismo apesar do incômodo ou por conformismo ao se achar pequeno demais para a vida. 

 
E quando vivem nesses padrões por tanto tempo e resistem à mudança, acabam por não perceber o que a vida está dizendo e orientando para tal ou qual situação. Desapegar-se é fazer o corte físico, energético, emocional e mental, libertando-se dos vínculos nocivos ao bom e ao bem viver para entrar em harmonia e equilíbrio. 


É, ao mesmo tempo, conceder largueza de espaço para que inovadoras, restauradas oportunidades possam ser vividas com felicidade. Oferecendo, inclusive, a oportunidade de permanecer com as lembranças vivenciadas anteriormente, porém, sem a dependência delas para ser feliz, pois senão, torna-se apego. Ao olharmos para trás, para um passado distante ou recente, quantas são as doces recordações que carregamos?
Com certeza, muitas, para boa parte das pessoas. Portanto, quanto mais vivemos qualificadamente e construímos com nossos dotes espirituais, mais teremos a lembrar em coisas boas sem depender do que passou para isso. Por isso, essas memórias devem servir como um alicerce consolidado para impulsionar as novas e promissoras realizações. E não, como um ponto fraco, que ao ser rememorado, pode trazer o desequilíbrio e a desarmonia à estrutura dos quatro pilares que sustentam a existência humana... O seu corpo, a sua mente, a sua energia ou comunicação e a sua emoção. Por essa razão, é que dia a dia o exercício do desapego ensina a todo tempo que somos possuidores de grandes riquezas interiores, capazes de aclarar novos caminhos, realizando pródigas descobertas, para compartilharmos com a vida e com nossos semelhantes. 
Essa é a posse real que temos. Por outro lado, de fato, tudo o que é material bem como as pessoas que temos presentes em nossa vida, não nos pertencem. Estão, apenas existindo em um dado momento de nosso viver. E o poder sobre elas é somente ilusão temporária, até que o Deus oriente a renovação para um novo Ciclo.

Sendo assim, o sentimento de posse e o controle, no que diz respeito às pessoas e sobre as coisas materiais, sempre trazem algum tipo de dor ou sofrer para um lado ou para o outro quando são usados como armas ou instrumentos do apego, para anular a liberdade de ser de outrem ou tentar limitar as ações naturais daquilo que tem que ir ou daquele que deseja viver. 

Assim, faz parte da vida aprender essa lição, buscando a harmonia nas relações com o ambiente e com as pessoas que nos cercam, de maneira solta e amorosa, para que tudo cresça e floresça com cada um dando o seu melhor e vivendo sua existência bem e intensamente.
Ame-se... e desapegue-se!!! #

2 comentários:

Dulce Miller disse...

Texto perfeito, né? :D

Bel Freitas disse...

E bota perfeito nisso...
Agradeço mto a vc pela oportunidade de conhecê-lo e de me permitir compartilhá-lo.
Bjs...