24 de jul. de 2012

Em claro


Silenciosamente espero anoitecer para que possa, enfim, me despir e mostrar quem eu sou. Tirar os véus que (re)obrem minha face e meu coração. Me permitir ser livre ao ponto de amar sem pudor, de sofrer sem consentimento, de chorar sem vergonha, de viver sem pedir licença.
Silenciosamente espero encontrar os fios que me levem a teias complexas do destino que me aguarda e que me revelem, em sonhos distorcidos, o teor do infinito saber humano. Esta é a condição do ir e do chegar. Mas, para isso, tem que saber partir. Sair da mesmice, fechar os olhos, abrir os braços e o coração.
Silenciosamente espero amanhecer para que possa me vestir e continuar a mostrar ao mundo quem eles querem que eu seja. A boazinha, a obediente, a pura, a concordante, a invisível.
E eu ainda nem dormi.

Um comentário:

Luma Rosa disse...

Pois assim, não dá vontade de ir dormir, para não ter que acordar no outro dia :) Boa semana!! Beijus,