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Steven Patrick Morrissey
Steven Patrick Morrissey, nascido em 22 de
Maio de 1959 na cidade de Davyhulme, Lancashire, Inglaterra é considerado o
maior letrista dos anos 80 e um dos poucos representantes do verdadeiro
espírito do rock da década. Amado por muitos, odiado por outros tantos,
perseguido por suas opiniões, estigmatizado, execrado, mas antes de tudo um
tremendo talento. Morrissey está para os anos 80 assim como Bowie para os anos
70 e Dylan para os anos 60.
Durante a explosão punk dos anos 70, ele
tentou entrar na banda Slaughter & the Dogs (não conseguiu) e cantou por um
curto período em outro grupo, os Nosebleeds. Em 1982, ele conheceu o
guitarrista Johnny Marr e os dois começaram a compor juntos, em uma das
parcerias mais produtivas que o pop britânico descobria em muito tempo. O
single de estréia da banda dos dois, os Smithes, "Hand in
glove", fez deles uma sensação no underground britânico.
Quanto mais
atenção atraía, mais Morrissey mostrava saber manipular a mídia. Suas
entrevistas sempre tinham opiniões bombásticas (na maior parte concebidas para
chocar o público) e suas performances (com flores nos bolsos de trás e um
aparelho de surdez).
O disco de
estréia dos Smiths, que levava o nome da banda, de
1984, foi um sucesso arrasador e, na esteira, Morrissey começou a divulgar suas
opiniões políticas
Ele pregava
o vegetarianismo (o que redundou no nome do segundo disco dos Smiths, Meat is
murder). "The queen is dead", de 1986, foi considerado uma obra-prima, mas
Morrissey e Marr já não se entendiam. O guitarrista deixou a banda depois do
lançamento de "Strangeways, here we come", e logo Morrissey acabou com os Smithes e começou uma carreira solo.
Após o final
do The Smiths, um Morrissey abalado tentou continuar a vida com os restos de
sua alma atormentada e seguir cantando suas dores. E para quem achava que ele
jamais faria algo, ao menos, passável, surpreendeu-se: com uma série de grandes
discos e numerosos singles, Morrissey manteve-se profícuo e talentoso, provando
que poderia viver sim sem Johnny Marr, fato que até ele duvidava (ou dizia
duvidar).
Mesmo nesse clima difícil, Morrissey consegue parir um disco excepcional:
Viva Hate. Ele compôs os singles "Suedehead"
e "Everyday is Like Sunday" com o produtor Stephen Street, conseguindo bons
resultados. “Suedehead” chegou ao
quinto posto da parada de sucesso, fato que os Smiths jamais haviam conseguido
e a canção ficou tão famosa que chegou ser a mais famosa já feita por
Morrissey. “Everyday Is Like Sunday”, ficou em nono lugar e com dois sucessos
tão grandes, o disco bateu direto no primeiro lugar dos mais vendidos.
Enquanto os
problemas o afetavam, Morrissey continuava tentando lançar um novo disco que já
tinha título: Bona Drag. Mas como o cantor não conseguia gravar um disco
interior resolveu lançar um novo compacto em abril de 1990 e uma de suas melhores
composições: “November Spawned a Monster.” Essa
coletânea acabou com os boatos de que Morrissey nunca mais lançaria nada e
atingiu o nono posto nas paradas.
Cinco meses depois de Bona Drag, aparece com um novo disco, desta vez um novo trabalho de estúdio com músicas inéditas: Kill Uncle. Esse disco marca uma fase um pouco menos conturbada em sua vida. O LP vendeu bem, ficando na oitava colocação dos mais vendidos e rendeu dois bons singles: “Our Frank” e “Sing Your Life”, que trazia no seu lado B uma grande atração: uma versão de “That’s Entertainment”, do The Jam.
Em julho de 1992 Morrissey aparece com um novo disco, um dos pontos altos de sua carreira, apesar de não conter nenhum grande hit: Your Arsenal. Era um disco que marcava uma volta aos velhos tempos dos anos 70, num rock debochado produzido pelo lendário guitarrista Mick Ronson.
Em abril de 1993, Morrissey lança um poderoso trabalho, o disco ao vivo,
Beethoven Was Deaf. Esse álbum marca, de uma certa forma, a saída do cantor da
grande mídia. Se Your Arsenal foi bem nas paradas, chegando ao quarto posto, o
novo disco teve uma vendagem fraca, ficando apenas em 13º lugar.
Morrissey começou o ano de 1994 com um novo disco, Vauxhall and I e o
mesmo ritmo de shows dos anos anteriores. Considerado pelo próprio Morrissey
como seu melhor disco até então, superando até os seus insuperáveis discos com
os Smiths, o cantor mostrava grande felicidade com o rumo de sua vida.
Ele explicou: “Esse trabalho fala da minha relação de amor
com Londres. Por eu ter nascido e sido criado no norte da Inglaterra, eu tinha
obrigação de odiar Londres. Mas gradualmente isso foi se alterando, conforme eu
fui descobrindo a felicidade e um pequeno círculo social que eu não tinha em
Manchester. Minha vida mudou de tal maneira em Londres, que me senti muito mais
feliz e confortável lá. Só de pensar em fazer um vôo de volta de algum país
para Londres minhas bochechas ficavam mais rosadas e meus olhos mais
brilhantes… até eu ser revistado na alfândega, claro…”
No ano seguinte, Morrissey lança um novo disco, talvez o mais estranho de
toda sua carreira: Southpaw Grammar. Para começar, o disco só tinha oito
faixas, sendo que a primeira, “The Teachers Are Afraid Of The Pupils” tinha
mais de 11 minutos e a última, “Southpaw”, mais de 10 minutos. Estaria Morrissey
fazendo um disco de rock progressivo? Embora o disco tenha algumas músicas
difíceis isso não impediu que ele chegasse ao quarto lugar das paradas.
Morrissey afirmava que a vida na Inglaterra estava terrivelmente difícil para ele e que pela primeira vez pensava em morar em outro país. Sendo assim, ele se virou para os Estados Unidos, onde sua popularidade só crescia. Em pouco tempo ele lançaria seu último disco dos anos 90…
Com a
confiança renovada, Morrissey lançou Maladjusted. Maladjusted é seu
disco mais raivoso e revoltado. Embora o ódio tenha pautado seu disco, uma
faixa merece um destaque: “Wide to Receive”. Morrissey conta que a fez pensando
nas pessoas que se conhecem pela internet. “Sempre
achei curioso ver as pessoas angustiadas em frente a um computador, esperando
um e-mail que nunca chega.”
Entre 1997 e 1998, duas coletâneas foram editadas: Suedehead: The Best of Morrissey reuniu seus maiores sucessos e My Early Burglary Years é uma colcha de retalhos, embora interessante.
Enquanto não achava uma gravadora, começou a compor novas canções. Com um
provisório título de “Irish Blood, English Heart”, o disco falaria dos anos de
ostracismo e de suas origens. Em 2004 Morrissey lança You Are the Quarry, um
clássico e um dos melhores (ou o melhor) disco do ano. Morrissey não perdoou o estilo de vida dos
norte-americanos, na primeira faixa “America Is Not The World”. A segunda é a
poderosa “Irish Blood, English Heart” e a terceira a genial “I Have Forgive
Jesus”, onde conta um pouco da violência que sofria quando criança. Para quem
acha que entende e conhece Morrissey à fundo, ele dedicou “How Can Anybody
Possibly Know How I Feel?” e aos idiotas que tanto o perseguem, “The World Is
Full of Crashing Bores”. Embora, seja um disco com duas guitarras, o clima é
mais lento e Morrissey impressiona pela excelente forma vocal com que executa
as composições. Outra canção que merece comentários é a cômica “All The Lazy
Dykes”. Esse disco, afiado como sempre, o levou de
volta ao posto de lenda viva do rock, tanto na Inglaterra quanto nos EUA.
Morrissey é considerado uma das infuências mais importantes da sua geração na música pop. Os seus detratores descrevem as suas obras como depressivas, mas os seu fans destacam o seu humor mordaz e sarcástico que usa nas referências e desgostos amorosos patentes nas suas canções.
* Discografia completa de Morrissey aqui.
De quebra, coloco aqui a música do The Smiths que sou apaixonada.
Um comentário:
Oi Linda, sabe... “Sempre achei curioso ver as pessoas angustiadas em frente a um computador, esperando um e-mail que nunca chega.”... eu acho que entendo. Beijos, Júnior.
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