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A busca
pela felicidade é tão antiga quanto a própria história,
pode-se arriscar, e em um
certo sentido a afirmação seria verdadeira.
Nas primeiras páginas do Primeiro
Livro daquela que é considerada a primeira obra de história no Ocidente —
a História,
de Heródoto —, a procura pela felicidade está listada no registro
inaugural dos “grandes e maravilhosos feitos” das questões humanas.
Creso, o riquíssimo rei de Lídia, havia recrutado à sua presença o itinerante sábio
Sólon, legislador de Atenas e homem que viajou por boa parte do mundo em busca de
conhecimento. Ao rei lídio nada faltava, ou assim ele acreditava, e ele tenta
convencer Sólon desse fato, mandando seus empregados mostrarem ao sábio
ateniense todos os seus tesouros, para que ele se maravilhasse com “sua
grandeza e riqueza”. Embora não lhe faltasse nada, Creso revela que tem uma única
necessidade, pois está dominado pelo “desejo” de saber quem é o homem mais
feliz do mundo. Tolo, acredita que esse homem seja ele próprio. A resposta
de Sólon, porém, ameaça destruir essa ilusão. O homem mais feliz,
afirma ele, não é Creso, mas sim Telo, um ateniense pai de família que havia sido
morto no auge da vida. E os que ocupavam o segundo lugar — dois jovens
irmãos chamados Cléobis e Biton — também estavam mortos; depois de terem
levado a mãe a um festival, tinham morrido dormindo atrelados à carroça
dela como uma parelha de bois.
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Por que a Felicidade é apontada hoje como sendo um peso? Desde as revoluções do século XVIII, ela se torn um direito com o qual nascemos e, mas recentemente, dever. Somos obrigados a ser felizes! O que resta da Felicidade quando ela vira um dever?
Só saberemos se uma pessoa foi feliz na sua existência depois que ela morre ou temos certeza da nossa Felicidade durante o caminhar das nossas vidas?
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